Monday, June 26, 2006

Afinal não sou só eu!



Vestida de laranja- como não podia deixar de ser- fui para as aulas. O Sol brilhava e o calor já era muito.

Estava feliz! As provas tinham corrido bem e no final das aulas partiria para Aveiro para ver o jogo entre a Holanda e a Itália. Imaginava o estádio cheio de holandeses que contagiavam os outros espectadores com a sua alegria e a sua forma de fazer de cada evento uma verdadeira festa. Certamente iria ser um espectáculo!

Chegava ao fim o período de aulas e lá fui eu fazer companhia aos meus colegas que costumam ir de comboio para os lados da Cidade da ria e dos Ovos-moles. Apanhei um táxi e rumei ao estádio. O trânsito era intenso e quase não se podia passar. Uns espectadores ajudaram-me a entrar e foi aí que percebi que a maioria dos portugueses- senão todos mesmo- torcia pela Holanda. Fiquei feliz porque já não era só eu que simpatizava com os holandeses.

Ouvidos os hinos nacionais dos dois países, a partida começou e uma multidão imensa manifestava-se ruidosamente sempre que um jogador holandês pegava na bola. Ao guarda-redes italiano que queimava tempo gritavam impropérios e assobiavam. Já lhe chamavam Stojkovic!

Olhava em redor tentando encontrar holandeses, mas as pessoas que vestiam de laranja eram portuguesas e faziam ainda mais barulho que uma claque organizada da Holanda. Nem se perguntava aos mais pequenos por quem torciam. A resposta estava dada através das cores que vestiam e das manifestações espontâneas que tinham a cada lance do jogo.

Seria bonito se a Holanda marcasse um golo com o ambiente favorável que a envolvia. O treinador fez entrar Daniel De Ridder que se encarregou de fazer a vontade àqueles milhares de holandeses improvisados e marcou o tão esperado golo. Foi uma festa! O estádio quase veio abaixo. Se lá estivessem holandeses mesmo iriam ficar surpreendidos pela simpatia do povo português que torcia pelas suas cores.

O jogo terminou e era grande a confusão nas imediações do Estádio. Com a ajuda de um voluntário apanhei um táxi para Ílhavo. Iria pernoitar em casa de uma colega e seguiria para Coimbra no dia seguinte. A viagem até Ílhavo foi sempre feita a conversar. As pessoas admiram-se como existem doenças que se transmitem geneticamente.

Cheguei a casa da minha colega já bastante tarde. Ela arranjou-me um quarto que tinha um candeeiro e uma luz fluorescente. Quem dera que o meu quarto tivesse assim uma luz forte para eu poder ler um pouco! Pois! Agora o meu quarto nem sequer tem luz. Vai ser lindo substituir a lâmpada. Consegui tirá-la. Pô-la vai ser arriscado.

De onde eu estava podia ouvir os animais que costumo ouvir quando vou à minha terra. A noite estava quente e ouvia-se também água a correr lá fora. Tudo ali estava perfeito para passar momentos tranquilos menos o calor que me fez passar largas horas sem dormir.

Bacorada do dia:
“ «Diz números pares» Mas 21 não é par!” (2 e 1 não é um par de números?)

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